Merz promete reformar Alemanha após anunciar novo gabinete
O político conservador alemão Friedrich Merz prometeu nesta segunda-feira (5) agir rapidamente para reformar a maior economia da Europa.
Merz, cujo bloco conservador CDU/CSU venceu as eleições de fevereiro, e os líderes do SPD, assinaram o tratado de coalizão que define planos para os próximos quatro anos.
Os dois partidos visam reativar o crescimento na Alemanha, justamente quando a guerra comercial global desencadeada pelas tarifas de importação do presidente americano Donald Trump ameaça mais um ano de recessão.
Também visam aumentar os gastos com defesa em meio a tensões na aliança transatlântica da OTAN.
“A partir de amanhã, vocês terão um governo determinado a fazer a Alemanha avançar por meio de reformas e investimentos”, falou Merz.
A voz do governo seria “ouvida na Europa e no mundo”, disse ele, após a implosão, em novembro passado, da coalizão tripartite do chanceler do SPD, Olaf Scholz, que deixou um vácuo político no coração da Europa.
O copresidente do SPD, Lars Klingbeil, comentou que o novo governo deve ajudar a moldar a nova ordem mundial, ou correr o risco de ser “moldado por ela”.
Composição do gabinete alemão
Nesta segunda-feira (5), o SPD revelou suas escolhas para o gabinete, uma mistura de rostos novos e conhecidos.
O Partido Social-Democrata da Alemanha já havia anunciado na semana passada que Klingbeil, de 47 anos, assumiria o Ministério das Finanças.
O ministro da Defesa, Boris Pistorius, de 65 anos, é o único ministro que manterá o cargo na nova coalizão, após o SPD ter obtido seu pior resultado na eleição nacional de 23 de fevereiro.
Pistorius, ministro da Defesa desde janeiro de 2023, é popular pelo estilo direto e postura firme em relação à segurança nacional.
Ele afirmou que a Alemanha deveria estar pronta para enfrentar uma guerra até 2029 devido às ameaças da Rússia — uma declaração ousada em um país marcado pela própria agressão militar no último século.
O SPD também nomeou o ex-presidente do Bundestag, Baerbel Bas, de 57 anos, como ministro do Trabalho; o ex-comissário para o leste da Alemanha, Carsten Schneider, de 49 anos, para liderar um novo ministério do Meio Ambiente e Proteção Climática; e a ex-secretária de Estado para a Integração, Reem Alabali-Radovan, de 35 anos, como ministra do Desenvolvimento.
“Como consequência dos maus resultados nas eleições federais, anunciamos em conjunto uma renovação tanto na equipe quanto na direção política.” comentaram Klingbeil, a colíder Saskia Esken e o secretário-geral Matthias Miersch em um comunicado.
“Com nossa equipe de governo, nós, como liderança do partido, estamos agora dando o próximo passo”, acrescentaram.
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