Walyson Oliveira
Peixoto de Azevedo e a Violência
O caso mais recente foi de uma família, mãe, filho e padrasto
A outrora pacata cidade de Peixoto de Azevedo, de pouco mais de 32 mil habitantes, localizada a 673 quilômetros da capital de Mato Grosso, ganhou destaque na imprensa nacional, não pela sua produção de ouro, que num passado não tão distante lhe conferiu fama nacional, mas, figurando no jornalismo policial, com muito sangue e prisões.
O caso mais recente foi de uma família, mãe, filho e padrasto, que no último domingo (21) invadiram uma residência de alto padrão e dispararam contra os moradores, resultando na morte de duas pessoas e deixando um terceiro ferido, criando uma cena de filme de terror, que foi noticiada por programas policialescos e sites nacionais.
A mãe, Inês Gemilaki, 49 anos, e seu filho, o médico Bruno Gemilaki Dal Poz, 28 anos, e o padrasto, Márcio Ferreira Gonçalves, e seu irmão Eder Gonçalves Rodrigues, foram todos presos hoje (23). Mãe e filho estavam numa fazenda a 180 km do local do crime. O padrasto e seu irmão na cidade de Alta Floresta.
Ainda houve também a prisão do delegado da Polícia Civil, Geordan Fontenelle Rodrigues, na quarta-feira (17), e do investigador da polícia identificado, Marcos Paulo Angeli. Ambos teriam envolvimento em um esquema de corrupção.
A Operação Diaphthora investiga o envolvimento de policiais civis, advogados e garimpeiros em um esquema de corrupção passiva, associação criminosa, advocacia administrativa e assessoramento de segurança privada.
Entre os crimes praticados pela associação criminosa, estão:
pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos, exigência de pagamento de “diárias” para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e pagamentos mensais sob a condição de decidir sobre procedimentos criminais em trâmite na unidade policial.
Dois dias antes, um crime de feminicídio chocou a população da cidade pela barbaridade e crueldade. O ex-marido de Leidiane Ferro da Silva, de 43 anos, a esfaqueou diversas vezes enquanto ela servia o almoço na cozinha da casa. O filho e a enteada da vítima presenciaram o crime e buscaram ajuda, porém a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Fica evidente com todos esses fatos ocorridos numa semana pesada para os moradores de Peixoto de Azevedo que nem sempre a Segurança Pública depende somente das forças policiais, que nos casos acima deram uma resposta rápida e eficaz.
Agir racionalmente diante de emoções extremadas como o ódio, vingança, ganância, etc., ou que beiram a ilegalidade, que violam leis, pode ter consequências sérias tanto para os autores, perdendo a custosa liberdade, quanto para as famílias das vítimas, que ficam com uma ferida que talvez só tempo seja capaz de curar.
Walyson Oliveira, jornalista.
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