Brasil registra queda de 14% em desmatamento na Mata Atlântica, diz estudo

A Mata Atlântica teve queda de 14% no desmatamento em 2024, mas ainda está em alerta para questões do clima e para população em torno do bioma.
Pesquisas Espaciais (INPE), e o SAD (Sistema de Alertas de Desmatamento).
Segundo o SAD, além da queda de 14%, há também diminuição no total de alertas, que caiu de 7.396 para 5.693, em áreas de mata madura, apesar do número, houve um aumento no tamanho das regiões com desmatamentos de 11,2 para 12,5 hectares, o que aponta uma forte pressão para eventos maiores.
“Em outras palavras, o desmatamento ainda representa uma grande ameaça para o futuro da Mata Atlântica. E esse é também o futuro de todos nós, já que o bioma abriga cerca de 70% da população brasileira e sustenta mais de 80% do PIB nacional. No contexto das crises globais do clima e da biodiversidade, das tragédias ambientais e das recorrentes crises hídricas no Brasil, a degradação da Mata Atlântica amplia o risco de colapso dos serviços ecossistêmicos essenciais à nossa qualidade de vida, à segurança alimentar e à economia do país”, afirma Luís Fernando Guedes Pinto, Diretor executivo da SOS Mata Atlântica.
Dados por estado
De acordo com a pesquisa, Piauí e Bahia lideram o ranking estadual de desmatamento. Na Bahia, embora o total tenha caído 37% em relação ao ano anterior, a destruição de matas maduras passou de 2.456 para 4.717 hectares.
No Piauí, o movimento foi inverso ao do estado baiano, a área total desmatada cresceu 44%, chegando a 26.030 hectares.
Os estados que tradicionalmente concentram grandes perdas, como o Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais mantêm a tendência de queda verificada nos anos anteriores.
O monitoramento abordou as questões enfrentadas pelo Rio Grande do Sul, que teve um salto causado devido aos deslizamentos em decorrência das chuvas que ocorreram em maio de 2024. As enchentes do ano passado responderam pela maior parte dos 3.307 hectares desmatados no ano passado.
Principal causa para o desmatamento no bioma
A expansão da agropecuária em áreas privadas é o principal vetor de desmatamento da Mata Atlântica, respondendo pela ampla maioria dos alertas em 2024.
Embora as reduções monitoradas nos últimos dois anos, as grandes derrubadas permaneceram estáveis, o que elevou a área média suprimida por evento. Os levantamentos mostram que, só no ano passado, mais de 70% das áreas desmatadas estavam localizadas em terras privadas ou em áreas sem registro fundiário formal.
Mesmo com os avanços no monitoramento e na fiscalização em fragmentos menores, a dinâmica de conversão de grandes áreas permanece ativa. Dentro deste contexto é necessário reforçar o fortalecimento dos sistemas de monitoramento, e a necessidade de transparência nos dados estaduais de autorização de desmatamento.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Brasil registra queda de 14% em desmatamento na Mata Atlântica, diz estudo no site CNN Brasil.
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