Número inclui intenção de empresas como GMW (automóveis), Longsys (semicondutores), Mixue (fast food) e Keeta (app de entregas). Lula fala a empresários após fórum em Pequim, na China
EBC/ReproduçãoO governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (12) novos investimentos da China no Brasil, da ordem de R$ 27 bilhões.O número foi citado pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil), Jorge Viana, após um fórum entre empresários brasileiros e chineses em Pequim.O presidente Lula viajou ao país acompanhado de 11 ministros e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), além de parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Antes, a comitiva passou também pela Rússia."Na última década, a China saltou da 14ª para a 5ª posição no ranking de investimento direto no Brasil. Trata-se do principal investidor asiático em nosso país, com estoque de mais de US$ 54 bilhões", citou Lula após o evento.No discurso, Lula citou parcerias firmadas entre órgãos como Dataprev e Telebras, do governo brasileiro, e empresas de satélites e energia sustentável da China.E para além da questão comercial, falou também em "elevar o intercâmbio de turistas e ampliar as conexões aéreas entre os países"."A China tem sido tratada, muitas vezes, como se fosse uma inimiga do comércio mundial quando, na verdade, a China está se comportando como um exemplo de país que está tentando fazer negócios com os países que foram esquecidos nos últimos 30 anos por muitos outros países. É importante a gente lembrar", continuou.Redução das taxas e pausa de 90 dias: China e EUA chegam a acordo sobre tarifaçoLula disse ainda que, em seu primeiro mandato, o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer a China, então governada por Hu Jintao, como uma "economia de mercado" (em que o setor privado é predominante). E que, passados 20 anos, não se arrepende de ter feito esse reconhecimento.R$ 27 bilhões em investimentosSegundo o governo, empresas chinesas aplicarão recursos no Brasil em uma série de áreas, desde indústrias a novas marcas de comércio e serviços. A lista inclui investimentos adicionais da montadora chinesa GWM e a inauguração de fábricas de semicondutores da empresa Longsys em São Paulo e Manaus. Também prevê a chegada ao Brasil da maior rede de fast food do mundo, a Mixue, e de um novo aplicativo de delivery, o Keeta.Há ainda investimentos espalhados na aviação, em mineração e no mercado farmacêutico.O presidente Lula e a primeira-dama Rosângela Lula da Silva no desembarque em PequimRicardo Stuckert/Presidência da RepúblicaAcordos comerciaisAo lado do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, o governo também assinou uma série de acordos comerciais entre Brasil e China.O compromisso foi o primeiro da viagem de Lula à China, que deve se estender até quarta (14). Há previsão de que o petista se reúna com o presidente chinês, Xi Jinping.A viagem foi pensada para fortalecer a negociação comercial entre os países. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, e o governo brasileiro avalia que há espaço para ampliar as exportações para o país asiático.A avaliação tem relação direta com a guerra comercial entre os Estados Unidos e os chineses. Ministros e empresários acreditam que o Brasil pode surgir como "alternativa" para parte dos produtos americanos importados pela China.A ApexBrasil mapeou 400 oportunidades para ampliação dos negócios entre Brasil e China. As possibilidades estão espalhadas em uma série de setores, com especial destaque para o agronegócio. A agenda dos empresários brasileiros na China prevê eventos voltados ao agro. Em um deles, associações vão inaugurar um escritório, em Pequim, para facilitar negociações para a exportação de carnes do Brasil ao mercado chinês. Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que também integra a comitiva de Lula a Pequim, deve participar de encontros com autoridades. A pasta afirma que um dos objetivos da visita é a conclusão de um acordo para reduzir burocracias no registro de produtos biotecnológicos.Ao longo da viagem de Lula à China, há expectativa de que os governos chinês e brasileiro assinem uma série de acordos bilaterais. Parte dos anúncios ocorrerá após encontro com Xi Jinping, na terça-feira (13). Será a terceira vez que o petista e o líder chinês se encontram desde que o presidente brasileiro voltou ao Planalto em 2023.O cronograma da viagem prevê, ainda, a participação do presidente brasileiro em uma reunião com representantes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
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