“Visão para ação”: Presidente da COP30 abre espaço para mobilização global

O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, divulgou nesta quinta-feira (8) a segunda carta da liderança da conferência, destacando os pontos que estão guiando as ações da equipe brasileira na organização do evento, que será realizado em novembro, em Belém.
“Olhando para o futuro, a COP30 oferece oportunidade única de darmos o próximo passo. Belém será um momento significativo, no qual nossa visão compartilhada começará a tomar forma como nossa nova realidade”, escreveu.
Nas próximas semanas, a presidência da COP30 deve lançar uma plataforma online para que a sociedade civil possa apresentar propostas de temas relevantes para o evento e também contribuir com ideias já em andamento.
O movimento, que convoca a comunidade internacional a se mobilizar diante da urgência climática, está sendo chamado de Mutirão Global.
Esse processo coletivo terá início na primeira Semana do Clima da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) em 2025, que acontecerá na Cidade do Panamá, de 19 a 23 de maio, reunindo diferentes frentes dispostas a colaborar com suas melhores contribuições.
Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, a iniciativa busca gerar impulso em torno da ação climática e criar condições para uma virada histórica.
“A intenção é mobilizar a humanidade em sua transição para o futuro, com base em uma estrutura capaz de integrar ações locais”, afirmou o presidente da COP30.
Círculos de liderança
A presidência da COP30 aposta também em círculos de liderança criados para debater o futuro do combate à mudança do clima. Os grupos devem discutir formas de facilitar o debate sobre financiamento climático, povos e comunidades tradicionais e indígenas, governança climática e mobilização global.
“Incorporar os grupos de liderança é uma forma de trazer para o debate vários personagens. Pela primeira vez o grupo de ministros da Fazenda vai participar da discussão”, disse Corrêa do Lago em conversa com jornalistas sobre a carta.
São quatro grupos de trabalho:
1. Círculo de Presidentes da COP
Presidido por Laurent Fabius (presidente da COP21), o grupo tentará reunir ex-presidentes da COP para compartilhar experiências e fortalecer a governança climática.
2. Círculo dos Povos
Liderado por Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil, que busca ampliar vozes indígenas, tradicionais e afrodescendentes, promovendo o reconhecimento de seus saberes e práticas no discurso climático global.
3. Círculo de Ministros da Fazenda
Presidido por Fernando Haddad, a frente reunirá ministros da Fazenda, especialistas, setor privado e sociedade civil para oferecer orientações estratégicas em finanças climáticas.
4. Círculo Ético Global
Sob coordenação de Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, com o apoio do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o grupo terá o objetivo de promover um despertar ético e reflexões inclusivas em diversas regiões e setores.
Este conteúdo foi originalmente publicado em “Visão para ação”: Presidente da COP30 abre espaço para mobilização global no site CNN Brasil.
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