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A multinacional BRF foi condenada a pagar R$ 150 mil por danos morais a uma funcionária venezuelana que perdeu as filhas gêmeas após entrar em trabalho de parto na portaria de um frigorífico da empresa, em Lucas do Rio Verde. A decisão foi assinada pelo juiz Fernando Galisteu, da 2ª Vara do Trabalho.

O caso aconteceu em abril de 2024. A funcionária, grávida de oito meses, começou a passar mal por volta das 3h40, com sintomas como tontura, dores intensas e falta de ar. Mesmo após pedir ajuda, a saída dela do setor foi negada, para não comprometer a produção. Sem suporte da equipe, ela saiu por conta própria e entrou em trabalho de parto sozinha, na entrada da empresa.

A primeira bebê nasceu na portaria e morreu logo depois. Minutos depois, a segunda também nasceu e não resistiu. A empresa alegou que o parto ocorreu fora das dependências do frigorífico, mas imagens de câmeras internas confirmaram que foi dentro da unidade.

Durante o processo, ficou comprovado que a empresa não seguiu o protocolo interno de urgência.

A sentença também determinou o pagamento de verbas rescisórias, incluindo aviso prévio, 13º salário, férias, FGTS com multa e acesso ao seguro-desemprego. Segundo os autos, a trabalhadora chegou a ser demitida por justa causa. A empresa tentou alegar que houve abandono de emprego, já que a funcionária não retornou após a licença-maternidade, mas a Justiça rejeitou essa versão.

Até a publicação da matéria, a BRF não se manifestou.

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